Estado diz que fará 'paliativo do paliativo' para garantir vela na Baía
de Guanabara
Gerente de sustentabilidade da Rio-2016 descarta mudança de local de
prova de Vela. Estado, no entanto, admite que haverá lixo flutuante durante
competição olímpica
POR JESSICA MOURA
18/06/2015 5:00 / ATUALIZADO 18/06/2015 14:14
BRASÍLIA — A pouco mais de um ano para as Olimpíadas no Rio,
a gerente de sustentabilidade do Comitê Rio 2016, Tânia Braga, descartou, na
quarta-feira, em audiência na Câmara dos Deputados, a possibilidade de a
competição de vela ser transferida para fora da Baía de Guanabara - ou mesmo
para outra cidade. Apesar disso, o governo do estado, responsável pelo
cumprimento do compromisso de fazer com que 80% do esgoto despejado na Baía seja
tratado, admitiu que haverá lixo flutuante nas olimpíadas durante os jogos e
classificou como "o paliativo do paliativo" as soluções buscadas para
a realização do evento.
- Não existe plano B para realização das provas. Nós não
vamos desistir da Baía de Guanabara - disse Tânia Braga, da Rio 2016.
Contudo, o consultor do governo do estado para o Programa de
Saneamento da Baía de Guanabara, Guido Géllis, reconheceu que todo o esforço
serve apenas para reduzir a contaminação do espelho d'água pelo lixo flutuante:
- O que tem que se fazer é a coleta do lixo. Os ecobarcos são
um paliativo do paliativo, mas mesmo assim vamos contratá-los. Eles estarão lá
para minimizar a questão. Mas, infelizmente, lixo flutuante vai ter (durante as
Olimpíadas) - lamentou.
Ele calculou que a despoluição da área teria um custo de R$
20 bilhões.
Na sessão, os especialistas destacaram a dificuldade de
solucionar o problema da contaminação da Baía em razão da amplitude da área
poluída, que fica no entorno de 15 municípios do Rio de Janeiro, onde vivem 10
milhões de pessoas. Gélli afirma que a coleta de lixo é falha nessas regiões, o
que também contribui para a perpetuação da poluição no local.
Enquanto os representantes dos órgãos olímpicos garantiram
que a área reservada aos velejadores é favorável, ambientalistas rebateram.
Para eles, a Baía de Guanabara não será despoluída a tempo dos Jogos. Em maio,
o presidente do Comitê Olímpico, Arthur Nuzman, admitiu que a meta de coletar e
tratar 80% do esgoto despejado na baía não será alcançada.
Na audiência, o biólogo Mario Moscatelli, que monitora a
degradação do ecossistema, ressaltou que os programas de despoluição foram
inócuos:
— Não posso deixar de me revoltar. Algo está podre nessa
questão da Baía de Guanabara. Para resolver o problema, são necessários 25 anos
com políticas públicas de saneamento, esporte e educação — criticou.
Presente à audiência, o presidente em exercício da Autoridade
Olímpica Marcelo Pedroso, admitiu que o nível de contaminação da Baía é
elevado. No entanto, segundo ele, a área está em condições de receber a
competição:
- Temos dificuldades, esse é um problema complexo. Mas o
plano de ações nos dá tranquilidade de que a competição tem condições de se
realizar nos campos de prova que foram estabelecidos para 2016. A qualidade da
água tem historicamente melhorado nos seis pontos de competição para garantir o
contato do atleta com a água.
Em agosto, um novo evento teste deve ocorrer na raia
demarcada para verificar a qualidade de água da Baía. Agora, a Comissão de Meio
Ambiente deve agendar na próxima semana uma viagem para que uma comitiva de
parlamentares visite o Rio a fim de fiscalizar a realização das obras para
despoluição na área destinada aos jogos olímpicos.
De acordo com Pedroso, medidas como a construção de
ecobarreiras e a contratação de ecobarcos para coletar os resíduos serão
adotadas pelo estado. Além disso, serão lançados produtos químicos na Baía de
Guanabara para mitigar o lixo que fica boiando na água e garantir a realização
das provas. Na marina da Glória será implantado um cinturão para evitar o
deslocamento do lixo. O prazo para que essas ações sejam implementadas vence em
dezembro.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/estado-diz-que-fara-paliativo-do-paliativo-para-garantir-vela-na-baia-de-guanabara-16477929#ixzz3dmxi1kE4
O CÃOZINHO AMBIENTALISTA NADANDO PEDE A PRISÃO DO SR.
ResponderExcluirMarcelo Pedroso que está no comando da Autoridade Pública Olímpica, que foi indicado pela Presidente Dilma, tem que ser preso por cometer crime ambiental, pois prometeu lançar produtos químicos na Baía de Guanabara para mitigar o lixo que fica boiando na água e garantir a realização das provas olímpicas. Trata-se de mais um crime ambiental com a total permissão do governo federal, irão acabar de matar a Baía de Guanabara e o problema não será resolvido. Chega de Poluição de Corrupção.